A Síndrome Metabólica é caracterizada por um conjunto de enfermidades associadas à obesidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, foi na década de 80 que se começou a observar a associação entre doenças como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol à obesidade. Essa relação foi observada, principalmente, com a obesidade central, que se concentra no abdômen. Além disso, observou-se que essas condições tinham em comum a resistência à insulina. Esse conjunto de condições retrata a Síndrome Metabólica.
Com a constatação da relação da síndrome com as doenças cardiovasculares, a preocupação aumentou entre a classe médica. Pessoas com Síndrome Metabólica têm chances três vezes maiores de morte por doença cardiovascular e duas vezes maior de mortalidade geral. Por isso, saber o que é a Síndrome Metabólica, quais as causas e os tratamentos é tão importante.
Causas e Fatores de Risco
De acordo com a endocrinologista Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908), a principal causa da síndrome metabólica é a obesidade. “Hoje em dia sabemos que o fator genético influencia bastante na questão da obesidade. No entanto, hábitos de vida não saudáveis favorecem o excesso de peso e a obesidade. Por sua vez, essa condição favorece o aparecimento de outras doenças que compõem a síndrome. Por isso, dizemos que a obesidade é a base da síndrome metabólica”, explica.
A obesidade e o sedentarismo estão entre as principais causas de aumento da pressão arterial, diabetes e dislipidemia (gordura no sangue). Essas condições, quando ocorrem de forma isolada, já representam risco cardiovascular. Quando juntas, potencializam o risco e as complicações.
“Por isso, é importante tratar todas as condições de saúde associadas à síndrome metabólica de forma conjunta. Como estão diretamente relacionados à obesidade, é fundamental buscar também a redução de peso. Dessa forma, é preciso cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos regularmente, além da adoção de tratamento medicamentoso, em muitos casos”, ressalta Dra. Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908), endocrinologista em Florianópolis/SC.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Síndrome Metabólica ocorre quando o paciente apresenta três, dos cinco critérios abaixo:
- Obesidade central – circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem;
- Hipertensão arterial – pressão arterial sistólica de 130 mmHg e/ou pressão arterial diastólica de 85 mmHg, ou seja 13 por 8;
- Glicemia alterada (glicemia 110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes;
- Triglicerídeos acima de 150 mg/dl;
- HDL colesterol (colesterol bom) menor que 40 mg/dl em homens e menor que 50 mg/dl em mulheres.
Obesidade Central
A obesidade é um mal presente em todo o mundo. No Brasil, 19,8% da população é obesa, de acordo com dados de 2018, divulgados pelo Ministério da Saúde. Já o sobrepeso tem um índice ainda maior, atingindo 55,7%, ou seja, mais da metade da população. Nesse contexto, os dados são alarmantes e merecem atenção especial. No entanto, no caso da Síndrome Metabólica, mais do que a obesidade total, a obesidade central é mais preocupante.
“A obesidade central não é, necessariamente, o excesso de peso, mas sim a cintura aumentada. Ou seja, quando falamos em obesidade central, não falamos em Índice de Massa Corporal (IMC), mas da circunferência da cintura. Quando a cintura é maior de 88 cm na mulher e maior de 102 no homem, é um sinal de alerta. Por isso, para diminuir a obesidade central, às vezes não adianta apenas fazer dieta. Afinal, o peso pode diminuir, mas a gordura abdominal continuar. Então, é preciso aliar alimentação com exercício físico. Isso precisa ser orientado aos pacientes diagnosticados com a Síndrome Metabólica.”, explica a endocrinologista, Dra. Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908).
A gordura concentrada na região abdominal é bastante prejudicial à saúde. Isso porque ela produz substâncias que causam a obstrução dos vasos sanguíneos. Essa condição eleva o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC).
Como tratar a Síndrome Metabólica?
Muitas pessoas com Síndrome Metabólica não sabem que são portadoras da doença. Em geral, costumam identificar a hipertensão, o Diabetes e a obesidade, mas os tratam de forma isolada.
“A maioria dos pacientes com Diabetes tipo 2 sofre – ou sofrerá de Síndrome Metabólica um dia, uma vez que estão diretamente associadas. Por isso é tão importante o acompanhamento médico periódico”, complementa Dra. Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908).
É importante salientar que o tratamento da Síndrome Metabólica passa por especialistas de diversas áreas. Afinal, trata-se de uma síndrome, e não de uma doença isolada. Assim, uma equipe composta por cardiologista, endocrinologista, nutricionista e educador físico é importante na condução do tratamento.
“O primeiro pilar do tratamento é a mudança dos hábitos de vida. Nela, a adequação da alimentação e a adoção de exercícios físicos regulares são fundamentais. As medicações específicas para cada doença entram em conjunto. Atualmente, algumas medicações tratam mais de uma doença, o que facilita para o paciente” explica Dra. Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908), endocrinologista.
Atividade Física no Tratamento Síndrome Metabólica
Como vimos, a atividade física regular é muito importante no tratamento da Síndrome Metabólica. Além da perda de peso, ela auxilia no aumento do HDL, o colesterol bom.
“Mesmo hoje em dia, com os avanços da Medicina, não existe medicação para aumentar o colesterol bom (HDL). Os medicamentos para colesterol auxiliam a reduzir os níveis de colesterol ruim e, muitas vezes, acabam baixando o colesterol bom também. Assim, para aumentar o HDL, contamos com a ingestão de gorduras boas (provenientes das oleaginosas, das sementes, do abacate, etc) e com a atividade física. O que mais aumenta o HDL é o exercício físico regular e de intensidade moderada”, conclui a Dra. Kristhiane.
A Organização Mundial da Saúde recomenda a prática de atividades físicas, de leve à moderada, por 150 minutos semanais ou, pelo menos, 75 minutos de atividades de maior intensidade por semana. Com a rotina diária cada vez mais atribulada, nem sempre é possível realizar o exercício. A OMS dá algumas dicas para começar a prática e mudar os hábitos de vida ruins:
- Encontre um local adequado para praticar as atividades físicas, como parques, praças e similares;
- Comece com uma atividade que não exige alto preparo físico;
- Pratique atividade física perto de casa, não exigindo grandes deslocamentos, o que ajuda na manutenção desse hábito;
- Procure atividades realizadas por várias pessoas, inclusive do seu círculo de amizade, o que poderá ser um estímulo a mais.
Mudança de Hábitos de Vida
O tratamento da Síndrome Metabólica exige mudanças urgentes no estilo de vida. Apesar de nem sempre ser fácil, essa mudança é necessária e possível. “A Síndrome Metabólica é resultado de muitos anos de hábitos de vida ruins. Por isso, começa a dar sinais a partir dos 20 anos de idade. Ou seja, aparece por conta de maus hábitos a longo prazo. A dificuldade de mudá-los é o que torna a síndrome metabólica uma doença crônica”, conclui a Dra Kristhiane Di Domenico (CRM 10458 – RQE 8908).
Apesar de ser uma doença crônica, a Síndrome Metabólica pode ser controlada com o tratamento adequado. Fique atento aos sintomas e acompanhe regularmente com seu médico. Mudar os hábitos de vida é fundamental para a manutenção de uma vida saudável. Conte com a Prevencordis sempre que precisar!